Seu cabelo de agarrar desejos
Espio o escuro. Prefiro a noite em negrume, inventa formas e só conta a meus olhos, rege minhas mãos, te encontram espalhada. Você ofegante, ciente de mim, talvez. Me espera em sonho desperto, muda de querenças, nua. Vira-se dissimulada, o lençol renitente não acompanha. Você já é a metade do talhe desabrigado, da silhueta penumbrosa, do quadril contido, as costas suaves, o ombro escondido. Seu cabelo entretém travesseiros ávidos de conchegar, espalham-se mais do que você que