Ruas Azuis
A mulher de cabelo azul morava em porta de rua, antecipava a ladeira íngreme de chegar à praça. Nas giranças juvenis, época das paixões à toa, mantive olhar curioso, a porta sempre aberta expulsava o colorido da velhice. Avelhar significava trocar o cabelo em tons de céu, conversar com móveis, cristais e o tricotar em murmúrios de fabricar rezas. E me contou o pai, em outras andanças, que havia o muro de arrimo naquele rumo. O muro amparava a rua, mantinha as cores no lugar.